A música brasileira comercial sofreu diversas alterações
com o passar dos anos. No início da era fonográfica, quando as gravações ainda
eram mecânicas (1902-1927), as modinhas, os lundus e os maxixes foram os
primeiros gêneros gravados e que caíram no gosto popular. Foi também nesta
época que nasceu o samba, com a gravação de Pelo Telefone, pelo
cantor Baiano, em 1917. Diversos sucessos conhecidos e cantados até hoje
surgiram nesta época tão distante. Junto com a chegada da gravação elétrica, a
marchinha tornou-se uma febre no Brasil inteiro e até no exterior,
principalmente graças à Carmem Miranda. Entre as décadas de 30 e 50 foram imortalizadas
milhares delas, que são cantadas até hoje. O samba também sempre teve o seu
lugar garantido no sucesso desde então. Por outro lado, o romantismo era
constante, com as belas e melodiosas serestas e valsas que faziam muito sucesso,
onde através de seus versos geralmente eram retratadas histórias profundas de
amor. Nessa época, o tango também estava no seu auge no mundo. Posteriormente, na
década de 50, os boleros, as baladas, o baião e o recente samba-canção dominavam
a preferência, até surgir a bossa nova no final da década de 50. A música
sertaneja já tinha seus diversos ídolos, mas ainda havia um grande preconceito
da grande massa, assim como os cantores populares, que nessa época começaram a
ser chamados de bregas por cantarem o amor de uma forma melancólica e “exagerada”.
A
JOVEM GUARDA
As paradas de sucesso estavam divididas. E ficou ainda
mais, com o surgimento da jovem guarda, praticamente junto com o estouro da
bossa nova. Ambas eram para públicos distintos. A força jovem começava a dominar
o Brasil nos costumes e claro, na música. Diversos artistas e grupos de muito
sucesso se lançaram e fizeram história. Cada período foi representado por
gêneros diferentes. E graças à isso, hoje cada um se identifica com o período e
estilo que mais lhe representa. Na época do golpe militar de 1964, a bossa nova
já não era tão apreciada como antes. Enquanto isso, as paradas prosseguiam com
as dores de cotovelos dos artistas populares brasileiros, as canções italianas,
francesas e principalmente, a jovem guarda que estava no seu auge. No período
da ditadura militar, surgiram as canções de protesto, que embora muitas vezes
proibida pela censura, eram muito apreciadas, servindo como um grito de
liberdade à quem era contra as ações do governo autoritário.
Nessa mesma época, surge mais um movimento, a tropicália,
e com ela diversos artistas que são consagrados e respeitados até hoje. O rock
que havia surgido na década de 50 com o Bill Halley, Elvis Presley, Little
Richard, entre outros, continuava ganhando cada vez mais fãs. Muitos artistas
e bandas continuavam surgindo, tanto internacionalmente como nacionalmente. O
som psicodélico e o folk também tinham o seu espaço. Enfim, cada vez mais a
miscelânea de gêneros tomavam conta das rádios AMs e dos toca-discos das famílias. Já havia muita coisa, que é incabível listar aqui. O
pop e o rock americano fazia muito sucesso no Brasil e dividia as paradas com
as canções nacionais. Grandes e importantes festivais foram promovidos nestas
épocas. E teve duas coisas que não caíram com o passar dos anos: a preferência
pela música popular, o carnaval e o samba, além, claro, do sertanejo, que aos
poucos foi conquistando mais espaço e visibilidade.
OS
BRASILEIROS AMERICANIZADOS
Na década de 70, junto com as calças boca de sino, as
camisas volta ao mundo e os saltos plataforma, os brasileiros surgiram com mais
uma moda (e que deu certo): a de cantar inglês!
Muitos artistas criaram um nome artístico americano e
gravaram músicas que caíram no gosto popular e fizeram muito sucesso, inclusive
no mundo, como é o caso do Morris Albert, com a canção Feelings, o grande chefão
da turma brasileira americanizada dos anos 70. A canção teve dezenas de
regravações no mundo todo e dominou as paradas inclusive nos EUA, o que até
então não havia ocorrido com cantores brasileiros.
Roberto Carlos nessa época já era considerado o maior
expoente da nossa música. E não é pra menos, pois no final de cada ano o cantor
lançava um disco com canções de alta qualidade, tanto na melodia como na letra,
e dali pelo menos metade do long play era sucesso garantido. Além disso, era
muito reconhecido e respeitado por toda a América Latina, através das versões
em espanhol dos seus sucessos. Já havia ganho o festival de San Remo na Itália,
em 1968, gravado em várias línguas, enfim. E isso continuou. Hoje somam-se
centenas de sucessos em diversas línguas, além de outras belas composições
gravadas por outros artistas.
DISCO
MUSIC
Na segunda metade da década de 70, a disco music invade as
paradas e as pistas de dança do mundo, inclusive no Brasil. Como não poderia
ser diferente, a mania foi abraçada pelos brasileiros, sendo lançados diversos
artistas brasileiros nessa época cantando o gênero.
A década de 80 continuou sendo uma miscelânea total. A
música sertaneja teve o seu auge e várias duplas de sucesso atingiram o
estrelato, o rock nacional e internacional comandou as paradas, a música
popular e romântica continuou sendo apreciada, as trilhas de novelas,
principalmente internacionais, estavam entre as mais vendidas nas lojas de
discos, o reggae, o pop, o ítalo-dance, o axé, o forró e o samba também tinham o seu público. Por fim, vem a década sertaneja e pagodeira, os anos 90. O pagode teve o seu
auge e o sertanejo seguiu sendo muito apreciado pelos brasileiros, sem afetar o
rock, o reggae, o pop e tantos outros gêneros já citados aqui que continuaram
ganhando ouvintes de geração em geração.
https://www.youtube.com/watch?v=H-y8TS7jbpY
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