
Vamos
começar pelo começo, certo?
A história da música comercial do Brasil começou através
da Casa Edison, que foi a primeira casa gravadora do Brasil e da América do
Sul, fundada em 1900 pelo emigrante tcheco de origem judaica, Fred Figner, no
Rio de Janeiro. Até 1902 apenas importava e revendia cilindros fonográficos, utilizados
nos fonógrafos, que foi um aparelho inventado em 1877 por Thomas Edison, para a
gravação e reprodução de sons através de um cilindro, sendo o primeiro
equipamento capaz de gravar e reproduzir sons, e também discos, utilizados nos
gramofones, invenção do alemão Emil Berliner, de 1888. O aparelho servia para
reproduzir som gravado utilizando um disco plano, que se tornou mais aceitável
que o cilindro fonográfico, tornando-se o meio de armazenamento de áudio padrão
utilizado durante décadas desde então.
Em 1902, começaram as gravações musicais no Brasil. A primeira
música brasileira gravada no país foi o lundu Isto é Bom (Xisto Bahia),
interpretado pelo cantor Baiano, o pioneiro e um dos principais cantores das
primeiras gravações no Brasil, ao lado de Eduardo das Neves e Mário Pinheiro.
Baiano, que antes da reforma ortográfica de 1943, se denominava Bahiano, gravou
muitos discos até a década de 20, imortalizando várias modinhas, lundus e
também o primeiro samba gravado no país, Pelo Telefone (Donga e Mauro de
Almeida), gravado por ele em 1917. Em 1927, a gravadora Casa Edison passou a
gravar pelo selo Parlophone, até que em 1932, saiu da indústria fonográfica,
passando a operar em outros fins.
BAIANO
Baiano era o nome artístico de Manuel Pedro dos Santos.
Ele nasceu em 1870 e faleceu em 1944. Cantor brasileiro reconhecido pelo seu
pioneirismo nas gravações fonográficas, na sua época ainda mecânicas, sendo o
escolhido a gravar o primeiro disco para gramofone no Brasil. Ainda em 1902,
gravaram Banda da Casa Edison, Os Geraldos e Senhorita Odette.
Ouça abaixo, Isto é Bom, o primeiro passo, o
primeiro registro para o que com o tempo só cresceu: a indústria fonográfica. Vale
a pena saber que no início de toda gravação no fonógrafo era
anunciado o nome da música, o cantor e a gravadora.
Obs:
Deve-se
levar em conta as limitações da época, que em nada se compara com a tecnologia
atual. Na época não havia nem energia elétrica, muito menos os incontáveis
recursos existentes hoje em dia. Além disso, os cantores tinham que cantar vários tons
acima para que a gravação ficasse mais perfeita possível. São curiosidades que
encantam, afinal, tudo tem um começo e feliz de quem enxerga beleza nas coisas
simples.
Pelo
Telefone foi regravada por vários
artistas e é lembrada até hoje, assim como Luar de Paquetá, que é minha
favorita do repertório do Baiano.
Ouça:
Isto é Bom – Lundu, 1902, Bahiano.
Pelo Telephone – Samba, 1917, Bahiano
Luar de Paquetá – Fado-tango, 1922, Bahiano
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